terça-feira, 1 de junho de 2010

Sociologia.

Nossas escolhas, seus limites e repercussões
Nelson Dacio Tomazi[1]
            “Quando nascemos, já encontramos prontos valores, normas, costumes e práticas sociais. Também encontramos uma forma de produção da vida material que segue determinados parâmetros. Muitas vezes, não temos como interferir nem como fugir das regras já estabelecidas.
            A vida em sociedade é possível, portanto, porque as pessoas falam a mesma língua, são julgadas por determinadas leis comuns, usam a mesma moeda, além de ter uma história e alguns hábitos comuns, o que lhes dá um sentimento de pertencer a determinado grupo [social].
            O fundamental é entender que o individual – o que é de cada um – e o comum – o que é compartilhado por todos – não estão separados; formam uma relação que se constitui conforme reagimos às situações que enfrentamos no dia-a-dia. (...) algumas [pessoas] podem reagir e lutar, ao passo que outras se acomodam às circunstâncias. Isso tudo é fruto das relações sociais. E é justamente nesse processo que construímos a sociedade em que vivemos. Se as circunstâncias formam os indivíduos, estes também criam as circunstâncias.
            Existem vários níveis de interdependência entre a vida privada – a biografia de cada pessoa – e o contexto social mais amplo. A vida de um indivíduo está de alguma maneira, condicionada por decisões e escolhas que ocorrem fora de seu alcance.
            (...) a história de uma sociedade é feita por todos os que nela vivem..., conforme seus interesses e seu poder de influir nas situações existentes.
            De acordo com Norbert Elias, a sociedade não é um baile à fantasia, em que cada um pode mudar a máscara ou a fantasia a qualquer momento. Desde o nascimento, estamos presos às relações que foram estabelecidas antes de nós e que existem e se estruturam durante nossa vida. [...] Daí, tomar uma decisão é algo individual e social ao mesmo tempo, sendo impossível separar esses planos.
           
Vimos até agora como o indivíduo atua na sociedade e como a sociedade atua na vida do indivíduo. O processo pelo qual os indivíduos formam a sociedade e são formados por ela é chamado de socialização. A imagem que melhor descreve esse processo é a de uma rede tecida por relações sociais que vão se entrelaçando e compondo diversas outras relações até formar toda a sociedade.
Cada indivíduo, ao fazer parte de uma sociedade, insere-se em múltiplos grupos e instituições que se entrecruzam, como a família, a escola e a Igreja. E, assim, o fio da meada parece interminável porque forma uma complexa rede de relações que permeia o cotidiano. Ainda que cada sujeito tenha sua individualidade, esta se constrói no contexto das relações  sociais com os diferentes grupos e instituições dos quais ele participa, tendo por isso experiências semelhantes ou diferentes das de outras pessoas. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 1ª Ed. São Paulo: Atual, 2007. Págs. 13-17

COM BASE NO TEXTO ACIMA, RESPONDA CONFORME SE PEDE:
1.0  Por que a vida em sociedade é possível?
2.0  “Se as circunstâncias formam os indivíduos, estes também criam as circunstâncias”, por quê?
3.0  De acordo com Norbert Elias, a sociedade não é um baile à fantasia, em que cada um pode mudar a máscara ou a fantasia a qualquer momento, por quê?
4.0  Que se deve entender por socialização?
5.0  Você pensa que as mudanças na sociedade podem influir no comportamento das pessoas no espaço da família, da escola ou de outros grupos de convívio? De que forma?
6.0  A internet nos aproxima de muitas pessoas que com freqüência nem conhecemos, mas parece que nos distancia de quem está perto de nós. O que você pensa disso?


[1] Membro da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Sociologia. Consultor e membro da equipe de redação das Orientações Curriculares Nacionais – Sociologia.

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